terça-feira, 15 de setembro de 2015

Elegia - Lápide

  ELEGIA (Tipo de poema lírico, que tem como assunto a tristeza e a nostalgia)


      Filho meu, súpero amigo...
Eras a grandeza, luz, afeição e glória...
      A alegria que não pedia licença!
Dava-nos, a todos, quimérico sopro de vida!
       Fonte inesgotável de bem querer,
 juventude, promessas, altivez e grandiosa valia!
       Foste arrancado do nosso abraço,
Repentinamente, ao dobrares jubiloso a esquina...
       Dia qualquer de sol e risos, tornar-se-á
Cinzento, tortuoso remate, mudo!
        A espreita, ela... Ceifeira, cruel, implacável...
A carregar-te para remota eternidade!
         Donde estarás, decerto, entre os mais nobres,
belos e indulgentes querubins...
         Eis-me aqui em tua lápide, taciturno, com o
 peito sangrando e dilacerado!
          Sufocado num grito mudo, em meio a um mar
 de lágrimas, que dos meus olhos vertem!
          Falta-me uma parte, a melhor parte de mim, que
  habitava em ti, dileto espelho de minha alma!
          Falta-me o riso, o calor, a bonança, falta-me vida!
 Jaz contigo extinta ventura, que por pura indulgência,
          dividiras comigo!
 Jaz a esperança num coração de pai, o idílio de um supremo
           amor, num mármore frio e morto!



   
 

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